Contava-se lá pela terra por alturas dos Reis que um certo dia, alguém tinha baralhado o sistema...
É verdade, por alturas dos Reis, os senhores bem falantes e que faziam parte das forças vivas da cidade, agraciavam-se uns aos outros com sumptuosos bolos rei, da mais rica e fina pastelaria que havia. Grandes, saborosos e reluzentes, assim eram os bolos rei lá da terra. Mas o melhor era o seu recheio... Combinaram então que todos os anos haveria um bolo rei que teria uma peça em ouro e uma grande fava. A quem calhasse a prenda, muito bem, sorte a sua; a quem calhasse a fava, teria que custear o bolo do ano seguinte. E assim foi, durante muitos anos, até um certo inverno...
No repasto habitual destes convivas, após grande confraternização, deu-se início à cerimónia: Cortou-se o bolo, serviram-se as fatias e...Saiu a prenda ao Zé Alfaiate. Que contente que ele ficou, ia ter uma neta daí a apouco tempo, vinha mesmo a calhar aquela prendinha que iria por na pulseira que lhe ia oferecer! Continuaram a comer e...nada...Da fava nem sinal... Que raio! A confeitaria não se podia ter esquecido...O que é que se estava a passar? Gerou-se uma acalorada discussão sobre o destino da leguminosa...Mas nada! O Manel, lá estava, impávido e sereno a assistir a tudo aquilo. Realmente, que mistério...Mas, em surdina, o João lá lhe foi dizendo, «ÓManel, só tu é que conseguias engolir a fava...Aquela fava, tão grande. E ficares com essa cara. Só para não pagares o próximo bolo, meu sovina de trazer por casa». Sabia que o Manel era homem de coração grande, que nunca deixava um amigo desamparado e de grandes feitos, mas grande candidato a uma pequena travessura. O Manel sorriu, mas nada disse. E o João também não.
No repasto habitual destes convivas, após grande confraternização, deu-se início à cerimónia: Cortou-se o bolo, serviram-se as fatias e...Saiu a prenda ao Zé Alfaiate. Que contente que ele ficou, ia ter uma neta daí a apouco tempo, vinha mesmo a calhar aquela prendinha que iria por na pulseira que lhe ia oferecer! Continuaram a comer e...nada...Da fava nem sinal... Que raio! A confeitaria não se podia ter esquecido...O que é que se estava a passar? Gerou-se uma acalorada discussão sobre o destino da leguminosa...Mas nada! O Manel, lá estava, impávido e sereno a assistir a tudo aquilo. Realmente, que mistério...Mas, em surdina, o João lá lhe foi dizendo, «ÓManel, só tu é que conseguias engolir a fava...Aquela fava, tão grande. E ficares com essa cara. Só para não pagares o próximo bolo, meu sovina de trazer por casa». Sabia que o Manel era homem de coração grande, que nunca deixava um amigo desamparado e de grandes feitos, mas grande candidato a uma pequena travessura. O Manel sorriu, mas nada disse. E o João também não.
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